(ANSA) - O Vaticano divulgou nesta quinta-feira (11) a mensagem do papa Francisco pelo Dia do Migrante, celebrado em 24 de setembro, em que ele defende que a migração deve ser sempre uma "escolha livre", mas que é preciso abrir canais para que ela seja uma ação segura.
"Enquanto trabalhamos para que cada migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o máximo respeito pela dignidade de cada migrante. E isso significa acompanhar e governar da melhor maneira possível os fluxos, construindo pontes e não muros, ampliando os canais para uma migração segura e regular", escreveu o líder católico.
Segundo Francisco, para "fazer da migração uma escolha verdadeiramente livre, é preciso se esforçar para garantir a todos uma participação igualitária no bem comum, o respeito aos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral". Além disso, pediu que as pessoas sejam bem informadas sobre o que é deixar o seu país para evitar "cair nas mãos de traficantes de pessoas".
Para ele, é "claro" que essa missão deve feita pelas nações de origem dos migrantes e por seus governantes, que são "chamados a exercitar uma política boa, transparente, honesta, de longo prazo e a serviço de todos, especialmente, dos mais vulneráveis".
"Esses porém devem ser colocados em condições de fazer isso, sem encontrarem-se depredados em seus próprios recursos naturais e humanos e sem ingerências externas criadas para favorecer os interesses de poucos. [...] Para parar as migrações forçadas, é necessário o empenho de todos, cada um segundo suas responsabilidades. Um compromisso que começa com a pergunta sobre o que podemos fazer, mas também sobre o que deixamos de fazer ", pontuou ainda.
O líder católico ainda apontou que as perseguições, as guerras, os fenômenos naturais extremos e a miséria estão entre as causas mais "visíveis" por trás do movimento migratório e que muitas pessoas fogem por conta da "pobreza, do medo e do desespero". Por isso, cobrou que sejam encerradas "a corrida por armamentos, o colonialismo econômico, a invasão dos recursos dos outros e a devastação da nossa casa comum".
O tema das migrações é um dos mais caros do Pontificado de Francisco, iniciado em 2013. Inclusive, a primeira viagem de Jorge Mario Bergoglio como líder da Igreja Católica foi à ilha italiana de Lampedusa, principal porta de entrada de pessoas que fogem da África e do Oriente Médio pela rota do Mediterrâneo - uma das mais mortais do mundo.
Atualmente, há uma nova intensificação nos fluxos de chegada na Itália e nos demais países mediterrâneos. Segundo dados do Ministério do Interior de Roma, atualizados até a manhã desta quinta-feira, já são mais de 45,1 mil chegadas pelo mar em 2023, um número cerca de quatro vezes maior do que nos dois anos anteriores no mesmo período. (ANSA).