(ANSA) - O papa Francisco avalia a possibilidade de designar um representante permanente "para servir de ponte" entre as autoridades russas e ucranianas.
O pontífice avaliou que, no momento, o objetivo principal do Vaticano no conflito é fazer com que as crianças ucranianas levadas para a Rússia sejam devolvidas a suas famílias.
"Estou pensando em designar um representante de forma permanente para que sirva de ponte entre as autoridades russas e ucranianas [sobre as crianças]. Para mim, em meio à dor da guerra, é um grande passo", disse.
As declarações foram dadas durante uma entrevista à revista espanhola Vida Nueva, concedida antes de sua viagem a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e divulgada nesta sexta-feira (4).
O Papa também afirmou que seu enviado especial sobre o conflito, o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), irá a Pequim.
"Ele está trabalhando a fundo como responsável pelos diálogos. Esteve em Kiev, onde mantém-se a ideia de vitória sem optar pela mediação. E também em Moscou, onde encontrou uma atitude que poderíamos qualificar como diplomática por parte da Rússia", contou.
O cardeal Zuppi também já esteve em Washington. "A próxima escala é Pequim porque ambos [EUA e China] têm a chave para reduzir a tensão do conflito. Essas iniciativas são o que eu chamo de 'ofensiva de paz'", acrescentou o pontífice.
Francisco também anunciou que está organizando um encontro pela paz com dirigentes religiosos em Abu Dhabi, antes da COP28, que acontece entre novembro e dezembro, em Dubai. "Queremos fazer em um território neutro, para favorecer o encontro de todos", disse. (ANSA).