Vaticano

Papa expressa 'tristeza' por nova tragédia no Mediterrâneo

Naufrágio teria deixado 41 mortos no Canal da Sicília

Papa Francisco durante audiência geral no Vaticano

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco expressou nesta quinta-feira (10) sua "tristeza" pelo naufrágio que teria deixado 41 mortos no Canal da Sicília, no Mar Mediterrâneo Central.

"Foi com tristeza que recebi a notícia de um novo naufrágio de migrantes no Mar Mediterrâneo. Não fiquemos indiferentes diante dessas tragédias e rezemos pelas vítimas e suas famílias", diz uma mensagem publicada nos perfis do pontífice no Twitter.

O naufrágio ocorreu em 3 de agosto, mas a dimensão do desastre foi revelada apenas na última quarta (9), quando os únicos quatro sobreviventes - uma garota e dois jovens desacompanhados e um homem adulto da Costa do Marfim e da Guiné - chegaram à ilha italiana de Lampedusa.

Segundo eles, o barco inflável havia partido de Sfax, na Tunísia, e levava 45 pessoas, mas foi virado por uma forte onda depois de poucas horas de navegação.

Os migrantes se agarraram às câmaras de ar da embarcação e conseguiram subir em um barco vazio - provavelmente abandonado após ser utilizado por outros deslocados internacionais.

"Quando vimos, muito longe, um barco de ferro, começamos a nadar. Não era fácil, o mar estava agitado. Alguns ficaram para trás, e nós não os vimos mais. Nós quatro conseguimos chegar ao barco e subir", disse um dos sobreviventes à polícia.

Eles ficaram à deriva por quatro dias e foram resgatados por um navio de Malta. Em seguida, foram embarcados em um barco da Guarda Costeira italiana, que os levou até Lampedusa.

Em seu relato às autoridades da Itália, os sobreviventes contaram que só não morreram de fome e sede porque o barco abandonado tinha quatro garrafas de água e meia lata de biscoitos.

Segundo o Ministério do Interior da Itália, o país já recebeu 94,8 mil migrantes forçados e refugiados via Mediterrâneo em 2023, um aumento de 110% em relação ao mesmo período de 2022.

Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) diz que mais de 1,8 mil pessoas morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia neste ano, considerando apenas a rota do Mediterrâneo Central. (ANSA)

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