Vaticano

Papa recebe chefe de Estado-Maior dos EUA para discutir Ucrânia

Segundo general, o Pontífice está 'evidentemente muito preocupado'

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira (21), em audiência no Vaticano, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Mark A. Milley, para falar, principalmente, sobre a guerra na Ucrânia.

Em declaração à imprensa, o oficial de alto escalão afirmou que Jorge Bergoglio está "evidentemente muito preocupado com as centenas de milhares de pessoas que foram mortas ou feridas e as vidas civis inocentes que foram ceifadas".

O norte-americano explicou ainda que Francisco "está muito interessado" em seu "ponto de vista sobre a situação e a evolução da guerra, bem como na tragédia em curso na Ucrânia".

Milley também se manifestou a favor de uma mesa de negociações para encerrar a guerra. Ele estava cético quanto à possibilidade de uma contraofensiva ucraniana bem-sucedida no curto prazo, ao mesmo tempo em que era a favor de limitar o tipo da ofensiva.

O encontro entre o argentino e o detentor de um cargo que o torna o principal conselheiro militar do presidente dos EUA, Joe Biden, acontece antes do fim do mandato do oficial superior.

Em maio, Biden já havia anunciado que Milley seria substituído em 1º de outubro por Charles Brown, atual chefe da Força Aérea dos Estados Unidos.

Milley, de 65 anos, serviu como chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA de 14 de agosto de 2015 a 9 de agosto de 2019 e em 1º de outubro do mesmo ano assumiu a liderança do Estado-Maior Conjunto. Desde então, ele é responsável por cinco forças de seu país e, na prática, o mais alto oficial militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Milley tem desempenhado um papel central na tentativa de auxiliar Kiev. Inclusive, o governo norte-americano tem anunciado pacotes de ajuda militar para o território liderado por Volodymyr Zelensky e treinado suas tropas para combater a invasão deflagrada pelo regime de Vladimir Putin.

Por sua vez, o Papa tem feito diversos apelos contra a guerra e a favor da paz e até já tentou se envolver pessoalmente em mediações entre a Rússia e Ucrânia, mas encontrou resistência nos dois países. Recentemente, designou um enviado especial, o cardeal italiano Matteo Zuppi, para tentar encontrar brechas para o diálogo em Moscou e Kiev. (ANSA).
   

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