Vaticano

Companhia de Jesus é declarada ilegal na Nicarágua

Ordem jesuíta à qual pertence o Papa condenou perseguição

Universidade foi construída pela Companhia de Jesus (Foto: AFP)

Redazione Ansa

(ANSA) - A Companhia de Jesus divulgou um comunicado nesta quarta-feira (24) condenando a decisão do governo da Nicarágua de declarar a organização jesuíta - à qual pertence o papa Francisco - ilegal no país, confiscando todas as suas propriedades.

"A Província da América Central condena a proibição da Ordem religiosa por parte do regime de Daniel Ortega, uma injustificada agressão contra os jesuítas em um contexto de total falta de defesa e de terror contra a população nicaraguense", disse a nota.

O Ministério do Interior da Nicarágua anulou o status jurídico da Companhia de Jesus no país e determinou que a Procuradoria-geral da República transfira ao Estado todos os bens móveis e imóveis da organização.

"A decisão foi tomada sem que tivessem sido esgotados os procedimentos administrativos previstos na lei, como ocorreu na maior parte dos mais de 3 mil casos de cancelamento do status jurídico pelo regime desde 2018", complementaram os jesuítas.

"A medida foi levada adiante sem dar aos jesuítas uma possibilidade de legítima defesa e sem um órgão judiciário imparcial que julgue e interrompa esses abusos de autoridade totalmente arbitrários", acrescentou o comunicado.

O grupo lembrou que o regime Ortega já havia expropriado a Universidade Centro-americana da Nicarágua (UCA), e até mesmo confiscado residências dos religiosos em Manágua, sem que pudessem retirar seus bens dos locais.

"A Companhia de Jesus condena essa nova agressão contra os jesuítas da Nicarágua e a considera enquadrada em um contexto nacional de repressão sistemática, definida como 'crimes contra a humanidade' por especialistas em direitos humanos. Tudo isso se destina à plena instauração de um regime totalitário." As relações entre o país latino-americano e o Vaticano foram suspensas após declarações do papa Francisco definindo o regime da Nicarágua como "opressivo" e "ditadura grosseira". (ANSA).
   

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