Vaticano

Papa nega que tenha exaltado imperialismo russo

Declarações de Francisco geraram críticas na Ucrânia

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco negou nesta segunda-feira (4) que tenha exaltado o imperialismo russo, em coletiva de imprensa durante o voo de volta para Roma após uma viagem inédita à Mongólia.

A declaração chega dias após a Ucrânia ter criticado o líder da Igreja Católica por ter dito a jovens russos que eles eram "herdeiros da grande mãe Rússia".

"Talvez eu não tenha sido feliz ao falar da 'grande Rússia', não em sentido geográfico, mas sim cultural, porém me veio à mente aquilo que me ensinaram na escola: Pedro I, Catarina II...", disse o Papa, citando os nomes de antigos imperadores russos.

Segundo Francisco, a ideia que ele queria comunicar era a de que os jovens deveriam cuidar de sua própria herança cultural. "É uma coisa que eu digo em todo lugar, assim como quando convido ao diálogo entre avós e netos", explicou.

Jorge Bergoglio ainda lembrou da contribuição da Rússia nos campos da literatura, da música e da arte. "Eu falava de cultura, e a transmissão da cultura nunca é imperial, é sempre dialogar, e eu falava disso", acrescentou.

Ao ser questionado sobre a missão de paz do cardeal italiano Matteo Zuppi, que esteve recentemente em Moscou e Kiev para tentar encontrar brechas para o diálogo, o Papa limitou-se a dizer que a iniciativa "está caminhando".

As falas de Francisco sobre a "grande Rússia" motivaram críticas por parte do governo da Ucrânia e até da conferência episcopal do país.

Segundo Kiev, Moscou utiliza a suposta "necessidade de salvar a grande mãe Rússia" para justificar o "assassinato de milhares de homens e mulheres na Ucrânia". (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it