Vaticano

Enviado do Papa diz que missão de paz na Ucrânia continua

Cardeal afirmou que críticas de Kiev ao pontífice não interferem

Matteo Zuppi vai à China

Redazione Ansa

(ANSA) - Prestes a viajar para a China, o cardeal Matteo Zuppi, enviado especial do papa Francisco em missão de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia, declarou nesta segunda-feira (11) que os duros julgamentos de Kiev sobre o pontífice não colocam sua "ofensiva de paz" em risco.

O religioso italiano já passou por Rússia, Ucrânia e Estados Unidos representando o Vaticano a respeito do conflito.

Na última semana, autoridades ucranianas se indispuseram com o líder da Igreja Católica por ter dito que jovens russos eram herdeiros da "grande Mãe Rússia", segundo ele para recomendar que cuidassem de sua herança cultural.

"Não creio [que a missão seja afetada], até porque ninguém nunca falou em mediação, nunca foi uma mediação. Sempre foi uma missão, o Papa explicou imediatamente e repetiu, sua expectativa não era a mediação, mas a ajuda", disse Zuppi a jornalistas.

"Acredito que esteja claro, e penso que se há dúvidas obviamente já se esclareceram ou se esclarecerão, são compreensíveis em uma tensão tão forte.

Acredito que o governo e o povo ucraniano conhecem o apoio que a Igreja e o Papa sempre deram a respeito de seu sofrimento", acrescentou.

O cardeal ainda reforçou o apelo pela paz: "Deve haver, escolhida pelos ucranianos, com as garantias, o esforço de todos. E portanto, claramente, o da China é um dos elementos mais importantes".

Também nesta segunda-feira, o vice-premiê e ministro das Relações Internacionais da Itália, Antonio Tajani, disse que apoia a missão: "Nós apoiamos todas as iniciativas de paz desde que no fim seja uma paz justa, que é a que garante independência e liberdade à Ucrânia".

"Disse também em minha visita na semana passada a Pequim que olhamos favoravelmente a missão do cardeal Zuppi desejada pelo papa Francisco porque é uma missão de paz. Estamos pela paz, queremos que seja construída a paz", declarou.

Tajani disse contar com a China para "fazer sua parte para convencer a Rússia a deixar os territórios ocupados na Ucrânia": "Como apoiamos também a iniciativa de Erdogan para reconstruir o que era o corredor do Mar Negro para fornecer cereais aos países africanos. Portanto, tudo o que favorece a paz nós apoiamos".
    (ANSA).
   

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