(ANSA) - Em meio a turbulências nas relações entre o papa Francisco e a Ucrânia, o cardeal italiano Matteo Zuppi visitará a China entre 13 e 15 de setembro para tentar encontrar brechas para negociações de paz.
Enviado especial do Papa, Zuppi já esteve em Kiev, Moscou e Washington nos últimos meses e agora irá a Pequim, que até hoje evita responsabilizar o regime de Vladimir Putin pelo conflito.
"A visita constitui mais uma etapa da missão desejada pelo Papa para apoiar iniciativas humanitárias e a busca de percursos que possam conduzir a uma paz justa", diz um comunicado do Vaticano.
Zuppi, por sua vez, afirmou que irá à China, com quem a Santa Sé não tem relações diplomáticas formais por causa da questão de Taiwan, para "tentar tecer a difícil teia da paz".
A missão acontece em meio a arranhões na imagem do Papa entre os ucranianos, após o pontífice ter feito menção à "grande mãe Rússia" em um discurso recente para jovens.
Um importante assessor do presidente Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, chegou a dizer que Francisco assumiu uma posição "pró-Moscou" e que o pontífice não poderia ser mediador no conflito.
O Papa, no entanto, afirmou que se referia ao aspecto cultural da herança russa e que sua fala não teve componentes geopolíticos. Ainda assim, o bispo católico ucraniano Vitaliy Krivitskiy admitiu que a popularidade do pontífice no país despencou.
"Para as pessoas que apenas ouvem essas declarações mais recentes do Papa, cria-se uma imagem um tanto negativa, mas o contexto é totalmente diferente para os que seguem continuamente o Papa, que sabem quantas vezes ele fala sobre a Ucrânia", declarou Krivitskiy à ANSA. (ANSA)
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