Vaticano

Papa pede fim de guerra e retorno ao diálogo em evento com Clinton

Francisco participou de evento com Bill Clinton

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco alertou nesta segunda-feira (18) que é preciso dar um basta nas guerras e voltar ao diálogo e à diplomacia, durante um discurso virtual na abertura do encontro Clinton Global Initiative 2023, que acontece em Nova York.

A iniciativa, que é promovida pelo ex-presidente americano Bill Clinton até a próxima terça-feira (19), tem como objetivo encontrar potenciais soluções para as preocupações globais da atualidade.

"É hora de encontrar a mudança da paz, a mudança da fraternidade. É hora de cessarem as armas. De voltarmos ao diálogo, à diplomacia. É por isso que repito: não à guerra. Não à guerra", declarou o Pontífice em espanhol.

De acordo com o religioso, "é importante difundir a cultura do encontro, a cultura do diálogo, a cultura da escuta e da compreensão", além de ser "necessário partilhar opiniões sobre como contribuir para o bem comum e como não deixar de lado as pessoas mais vulneráveis, como as crianças".

Francisco aproveitou para lembrar que os menores estão na origem "do nosso encontro", da missão e do trabalho do Hospital Infantil Bambino Gesù, em Roma, ressaltando que só juntos será possível curar o planeta.

"Todos sabemos que vivemos numa época em mudança. Só juntos poderemos sair melhores dela. Juntos. Só juntos podemos curar o mundo de um anonimato que é a globalização da indiferença", enfatizou.

O líder da Igreja Católica citou Clinton, dizendo que ele enumerou os diversos desafios do mundo, como as alterações climáticas, as crises humanitárias que afetam os migrantes e refugiados, os cuidados infantis e muitos outros.

"A eles acrescentaria o vento da guerra que sopra sobre o mundo, alimentando com o espírito de guerra o que muitas vezes chamei de terceira guerra mundial fragmentada", observou.

Segundo o Papa, nenhum desafio pode ser enfrentado sozinho, por isso "é necessária uma grande e comum assunção de responsabilidades", porque "nenhum desafio é demasiado grande se o enfrentarmos a partir da conversão pessoal de cada um de nós, da contribuição pessoal que cada um pode dar para superá-lo e da consciência daquilo que nos faz partilhar do mesmo destino".

O religioso lembrou ainda que, nas dificuldades, pode surgir o melhor ou pior de nós mesmos e isso é o desafio. "Combater o egoísmo, o narcisismo, a divisão com generosidade, humildade, unidade é melhor que o conflito".

Por fim, Jorge Bergoglio defendeu que é hora de todos se unirem para trabalhar para "deter a catástrofe ecológica, antes que seja tarde demais", e recordou que é exatamente por isso que escreveu um novo documento, 10 anos depois da Encíclica Laudato Si.

"É hora de enfrentarmos juntos as emergências migratórias, lembrando que não estamos falando de números, mas de pessoas, homens, mulheres e crianças. Quando falamos de migração pensamos nos olhos das crianças que encontramos nos campos de refugiados. É hora de pensar nos pequenos, nas crianças, na sua educação, nos seus cuidados", acrescentou ele, reforçando que está preocupado "com ambas as coisas, as crianças e as alterações climáticas".

"Por favor, vamos agir contra as alterações climáticas antes que seja tarde demais", alertou. (ANSA).
   

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