Vaticano

Migrantes não podem ser tratados como 'ping-pong', diz Papa

Papa Francisco concede coletiva de imprensa em voo Marselha-Roma

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco afirmou neste sábado (23), em sua viagem de volta de Marselha para Roma, que os migrantes que chegam aos milhares na União Europeia pelo Mar Mediterrâneo não podem ser tratados como "ping-pong".

Em uma breve coletiva de imprensa no avião papal, o líder da Igreja Católica foi questionado se os constantes discursos contra a indiferença ao longo de 10 anos de pontificado fracassaram.

"Eu digo que não. Hoje há consciência do problema migratório. E também há consciência sobre como a situação chegou a um ponto… Como uma batata quente que ninguém sabe como pegar. Mas houve casos muito feios em que os migrantes eram mandados de volta, como em um ping-pong. E muitas vezes eles terminam em campos de concentração, pior que antes", respondeu o Papa.

Francisco se referia a campos de detenção para migrantes forçados na Líbia, onde há inúmeras violações dos direitos humanos de deslocados internacionais que tentam chegar à Europa.

"Ali é o reino do terror, eles são escravos, e nós não podemos mandá-los de volta para trás como se fossem uma bolinha de ping pong. Os migrantes devem ser acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados", reforçou.

Segundo o Papa, a Europa também "precisa de mão de obra" estrangeira. "As migrações bem conduzidas são uma riqueza", disse.

Francisco viajou a Marselha para participar de um encontro de bispos do Mediterrâneo que focou suas atenções na crise migratória no sul da Europa.

Em seu discurso mais duro, o pontífice denunciou a disseminação de "propagandas alarmistas" contra migrantes e refugiados e refutou a tese defendida por partidos de direita e extrema direita de que o continente é alvo de uma "invasão".

"Quem arrisca a vida no mar não invade; busca acolhimento, busca uma vida", declarou. (ANSA)

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