Vaticano

Papa abre Sínodo inédito com apelo por união na Igreja

Pela primeira vez, mulheres terão direito a voto na assembleia

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco abriu nesta quarta-feira (4) a edição de 2023 do Sínodo dos Bispos, que acontece até 29 de outubro e vai discutir questões importantes na vida da Igreja Católica, como a postura em relação a divorciados e homossexuais, a moral sexual, o papel das mulheres e os abusos por parte de membros do clero.

A missa de inauguração da assembleia reuniu cerca de 25 mil pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano, e contou com apelos do pontífice em defesa da união e contra embates ideológicos entre os bispos.

"Não precisamos de um olhar feito de estratégias humanas, cálculos políticos ou batalhas ideológicas. Se o Sínodo fizer esse percurso, abrir essas portas... Não, não estamos aqui para levar adiante uma reunião parlamentar ou um plano de reformas. O Sínodo não é um parlamento", afirmou o Papa em sua homilia.

A assembleia reunirá 464 participantes, incluindo 54 mulheres com direito a voto, algo inédito na história da Igreja Católica.

"O olhar abençoador de Jesus nos convida a ser uma Igreja que não enfrenta os desafios e problemas de hoje com um espírito divisivo e conflituoso", acrescentou Francisco, ressaltando que os bispos não devem "buscar escapatórias ideológicas ou se esconder atrás de convicções adquiridas".

O Sínodo começa em meio aos questionamentos de cinco cardeais ultraconservadores ao Papa sobre questões como as bênçãos a casais homoafetivos, tema no qual o pontífice mostrou uma postura aberta, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.

Considerado progressista para os padrões da Igreja, Jorge Bergoglio é alvo de oposição interna devido a seus recorrentes sinais de abertura a homossexuais e divorciados e já foi acusado até de "heresia" por parte de membros ultraconservadores do clero.

"O olhar acolhedor de Jesus nos convida a ser uma Igreja hospitaleira, não com portas fechadas. Em uma era complexa como a nossa, surgem desafios culturais e pastorais novos, que exigem uma abordagem interior cordial e gentil. A Igreja tem as portas abertas a todos, todos, todos", enfatizou. (ANSA)

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