(ANSA) - O governo da Nicarágua, liderado por Daniel Ortega, libertou 12 sacerdotes detidos e os enviou ao Vaticano após um acordo com a Santa Sé.
Entre os religiosos, porém, não está dom Rolando Álvarez, que mais uma vez teria se recusado a deixar o país. A informação consta em nota oficial divulgada pelo governo de Ortega nesta quinta-feira (19).
No texto, a Nicarágua explica que "depois de conversações frutíferas com a Santa Sé" foi alcançado um acordo para transferir ao Vaticano os 12 sacerdotes que, por diferentes razões, foram processados. Todos viajaram hoje para Roma, capital da Itália.
"O governo de Reconciliação e Unidade Nacional da República da Nicarágua não esgotou os recursos para garantir e defender a paz tão cara às famílias nicaraguenses", acrescenta.
O Executivo de Ortega reforça ainda que "este acordo alcançado com a intercessão de altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua e do Vaticano representa a vontade e o compromisso permanente de encontrar soluções, em reconhecimento e encorajamento de tanta fé e esperança que sempre anima os fiéis nicaraguenses, que são a maioria".
Os padres expulsos e enviados ao Vaticano são Manuel Salvador Garcia Rodriguez, José Leonard Urbina Rodriguez, Jaime Ivan Montesinos Sauceda, Fernando Israel Zamora Silva, Osman José Amador Guillen e Julio Ricardo Norori Jimenez.
A lista também inclui Cristóbal Reynaldo Gadea Velasquez, Alvaro José Toledo Amador, José Ivan Rye Terceiro, pastor Eugenio Rodríguez Benavidez, Yessner Cipriano Pineda Meneses e Ramon Angulo Reyes.
Por sua vez, dom Rolando Álvarez, que foi condenado a mais de 26 anos de prisão por "traição", após se recusar a deixar o país rumo aos Estados Unidos junto com outros 222 presos políticos, não foi libertado e enviado ao Vaticano.
Todos os sacerdotes "serão recebidos em Roma, segundo os acordos, por funcionários da Secretaria de Estado da Santa Sé".
A Igreja Católica da Nicarágua é alvo de uma campanha do governo que tem como objetivo prender ou expulsar padres e freiras do país. Neste ano, a repressão se intensificou com os religiosos denunciando agressões e a vigilância do governo sobre cerimônias. (ANSA).