Vaticano

Papa defende solução de dois Estados para Israel e Palestina

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco disse nesta quarta-feira (1º) que uma solução de dois Estados é necessária para Israel e Palestina, alertando que a guerra sempre foi uma derrota.

A declaração foi dada durante entrevista ao programa de notícias TG1, da emissora italiana RAI. "Toda guerra é uma derrota. Nada se resolve com a guerra. Nada. Tudo se ganha com a paz, com o diálogo", afirmou.

O argentino explicou que, durante um conflito, "uma bofetada provoca outra: Uma forte e outra ainda mais forte e assim continuamos", por isso, "a guerra é uma derrota".

"São dois povos que devem viver junto. Com essa solução sábia: dois povos, dois estados. O acordo de Oslo, dois Estados bem definidos e Jerusalém com um estatuto especial", defendeu.

Questionado sobre o temor de ver um ressurgimento do antissemitismo no mundo, o líder da Igreja Católica disse que, "infelizmente, o antissemitismo permanece escondido".

Francisco afirmou que parece que o Holocausto não foi suficiente para servir como um alerta, principalmente porque é possível ver o antissemitismo entre "os jovens, que fazem alguma coisa aqui e ali".

"É verdade que neste caso é muito grande, mas há sempre algum antissemita. Veja o Holocausto que cometeram na Segunda Guerra Mundial, esses 6 milhões de mortos, escravizados e ainda assim não passou", acrescentou ele, enfatizando que isso "infelizmente não terminou e é um fato que vê e não gosta.

Durante a entrevista, que será transmitida na íntegra na noite desta quarta-feira, Jorge Bergoglio reforçou que "a hora é muito sombria" porque "as guerras não pararam" e o "problema mais grave ainda são as indústrias de armas".

"Uma pessoa que entende de investimentos, que conheci numa reunião, me disse que hoje os investimentos que mais rendem são as fábricas de armas", relatou.

Além disso, pediu para as pessoas não se acostumarem com as guerras e informou que telefona para os religiosos que estão em Gaza, onde 563 cidadãos, entre cristãos e muçulmanos, estão na única paróquia católica da região.

"Liguei para ele antes de vir e todos os dias procuro acompanhá-los. No momento, graças a Deus, as forças israelenses respeitam aquela paróquia", concluiu ele, garantindo que uma possível escalada poderia ser "o fim de muitas coisas e de muitas vidas". (ANSA).
   

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