Vaticano

Senado italiano aprova comissão para apurar sumiço de Orlandi

Adolescente desapareceu em 1983 no Vaticano

Emanuela Orlandi desapareceu no Vaticano em 1983

Redazione Ansa

(ANSA) - O Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira (9) um projeto de lei que cria uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o desaparecimento no Vaticano das adolescentes Emanuela Orlandi e Mirella Gregori em 1983.

Em março passado, todos os partidos da Câmara dos Deputados apoiaram a abertura desta comissão, composta por 40 membros e com plenos poderes de investigação, mas a posição contra a Procuradoria do Vaticano levou ao adiamento da votação no Senado por vários meses.

"Estou feliz, esperava esta notícia com confiança. Agradeço aos senadores que votaram na Comissão", comemorou Pietro Orlandi, irmão da então jovem de 15 anos, à ANSA, após a votação feita com as mãos levantadas.

"Esta comissão poderá fazer muito, mais do que o inquérito do Vaticano pode fazer", continuou ele, garantindo que tem "convicção de que chegaremos à verdade", porque "ela não pode ficar escondida para sempre".

Emanuela Orlandi é filha de um funcionário da Santa Sé, cidadã do Vaticano e residia dentro dos muros do menor país do mundo, mas desapareceu enquanto voltava para casa há 40 anos.

Diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas, desde crime comum até vingança contra seu pai ou contra o Vaticano.

O filme "A verdade está no céu" (2016), de Roberto Faenza, cogita que Orlandi tenha sido sequestrada por mafiosos e jogada em uma betoneira. Nenhuma das hipóteses, no entanto, foi confirmada pela Justiça.

Em 2019, o Vaticano chegou a abrir um inquérito para apurar se ossadas encontradas em um imóvel da Igreja Católica pertenciam à desaparecida, mas o caso foi encerrado no ano seguinte, uma vez que os restos mortais eram anteriores ao fim do século 19.

Já em novembro de 2022, o lançamento da série "A Garota Desaparecida do Vaticano", pela Netflix, reacendeu a atenção sobre o caso, e cartazes com o rosto de Orlandi voltaram a aparecer nas ruas de Roma. O caso voltou a ser investigado pelo Vaticano em janeiro deste ano. (ANSA).
   

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