(ANSA) - Por Manuela Tulli - O papa Francisco se encontrará com familiares de reféns israelenses nas mãos do Hamas e um grupo de familiares de palestinos que sofrem com o conflito em Gaza.
O encontro, conforme relatado pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, ocorrerá na quarta-feira, 22 de novembro.
Essas reuniões, que acontecerão em momentos distintos, têm "caráter exclusivamente humanitário".
Bruni explicou que "o Papa Francisco deseja expressar sua proximidade espiritual às dores de cada um".
Com isso, o Vaticano confirma o que já havia sido divulgado nas últimas hora, como esperava o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, nesta sexta-feira (17), apesar das palavras cautelosas.
"Estamos trabalhando nisso e esperamos poder realizá-lo o mais rápido possível", afirmou ele durante o evento "Sky TG24 Live in Gênova".
Segundo o chefe da diplomacia da Santa Sé, "a libertação dos reféns é um dos pontos fundamentais da solução para o problema atual, do aspecto humanitário, dos que lá estão: mulheres, homens, crianças, bebês, grávidas".
"Quero insistir e repetir o apelo que o Papa fez várias vezes, em todos os discursos desde 7 de outubro: a libertação dos reféns é um ponto chave para resolver a situação", disse ele, lembrando "adultos, jovens, não só israelenses, mas também de outros povos e nacionalidades" que foram sequestrados.
A libertação dos reféns anda de mãos dadas com o pedido de "cessar-fogo", que o Papa reitera há mais de um mês. Em particular, Parolin analisa o que está a acontecer no hospital Al Shifa em Gaza, que se tornou o epicentro de intensos combates.
Para o cardeal, atingir os hospitais vai contra "o princípio fundamental do direito humanitário internacional; há alguns locais que, mesmo em caso de guerra, devem ser salvaguardados: Em primeiro lugar, os hospitais e não deve haver obstáculos ao trabalho dos profissionais de saúde", recordou.
"Esses locais devem ser salvaguardados por todos: Ninguém deve utilizá-los para seus próprios fins e ninguém deve atacá-los", esclareceu Parolín, reforçando que "estas são as prioridades enquanto a guerra está em pleno andamento".
Mas para a Santa Sé "a solução definitiva para o problema palestino" continua a ser a de "dois povos e dois Estados, bem como um "estatuto internacionalmente garantido para Jerusalém" que "deve ser a cidade de todos", ressaltou o secretário de Estado do Vaticano.
"É claro que hoje, nesta situação de grande agitação e de grande paixão, é difícil propor novamente esta fórmula e, sobretudo, aplicá-la, mas creio que continua a ser a fórmula decisiva para israelenses e palestinos", indicou.
A explosão do conflito no Oriente Médio não faz com que a Santa Sé esqueça o sofrimento que vive o povo ucraniano. Desta forma, Parolin confirmou, nesse sentido, que "o Papa tem sempre o desejo de ir a Kiev e Moscou" para pôr fim a "esta guerra que continua cruelmente, com enormes perdas para ambos os lados." (ANSA).