Vaticano

Vaticano apela contra ataques a hospitais na guerra Israel-Hamas

Parolin reiterou seu apelo por um cessar-fogo na região

Redazione Ansa

(ANSA) - O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse nesta sexta-feira (17) que os hospitais não devem ser alvos de ataques na guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas e reiterou o seu apelo e do papa Francisco por um cessar-fogo na região.

"É um princípio fundamental do direito humanitário internacional que existem alguns lugares que, mesmo em caso de guerra, devem ser salvaguardados, em primeiro lugar os hospitais", disse o cardeal à Sky, em referência ao hospital Al Shifa em Gaza.

O centro médico, que abriga centenas de pacientes e milhares de pessoas deslocadas, foi cercado há vários dias pelo Exército de Israel, enquanto diversos combates intensos têm ocorrido em torno dos hospitais em Gaza.

Os militares israelenses alegam que os militantes do Hamas utilizam os locais como centros de comando.

"Os trabalhadores da saúde não devem ser prejudicados no desempenho do seu trabalho. A desumanidade da guerra reside também no fato de não levar em conta nada nem ninguém", afirmou Parolin.

Segundo o secretário do Vaticano, "o único objetivo passa a ser destruir o inimigo, destruir o oponente, atropelar os direitos das pessoas, o direito de ser cuidado antes de tudo".

"Esses lugares devem ser protegidos por todos. Ninguém deve usá-los para seus próprios fins e ninguém deve atacá-los", alertou.

Durante a entrevista, Parolin enfatizou que "gostaria de repetir o apelo que o Papa fez várias vezes, em todos os discursos que proferidos desde 7 de outubro", que é pela libertação dos reféns da guerra.

"Libertar os reféns é um ponto chave para resolver a situação", continuou.

De acordo com ele, "há crianças, até bebês, mulheres grávidas, idosos, adultos, jovens (entre os reféns), não apenas israelenses, mas também povos de outras nacionalidades".

"Acho que este é um ponto chave para tentar desbloquear a situação", acrescentou Parolin.

Além disso, o secretário de Estado da Santa Sé expressou sua preocupação com o crescimento do antissemitismo, porque "é um monstro que sempre tenta se reerguer" e todos já viram "quais consequências e quais dramas ele provocou no passado recente, no século passado, o Holocausto e o que ele infelizmente acarretou".

"Portanto, é sempre um perigo à espreita, do qual devemos ter muito cuidado. Por parte da Igreja Católica, houve um sério compromisso que continua contra o antissemitismo e sobretudo no sentido da educação das novas gerações. Acredito que um dos problemas é o fato de esquecermos o passado", justificou.

Ucrânia

Em relação à guerra russa na Ucrânia, Parolin explicou que o Papa tem o desejo de ir às duas capitais - Moscou e Kiev -, se estivessem reunidas as condições para realizar esta visita.

"Atualmente não se fala mais de uma visita do Papa, também pelo fato de ter enviado o cardeal Matteo Zuppi em missão, mas permanece em segundo plano", declarou ele.

Por fim, Parolin garantiu que Francisco estaria disposto a acabar com esta guerra que continua cruelmente, com enormes perdas de ambos os lados".

"Estamos comprometidos sobretudo com os aspectos humanitários, com a libertação dos prisioneiros, com a troca de listas existentes e depois o retorno das crianças", concluiu ele. (ANSA).
   

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