(ANSA) - O Vaticano afirmou nesta quinta-feira (14) que as mães solteiras não devem ser impedidas, mas encorajadas a ter acesso aos sacramentos da Igreja Católica.
O esclarecimento foi feito pelo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Victor Manuel Fernández, em uma carta assinada pelo papa Francisco, em resposta a uma pergunta de dom Ramón Alfredo de la Cruz Baldera, bispo de San Francisco de Macorís, na República Dominicana.
"O trabalho pastoral deve ser feito na Igreja local para deixar claro que o fato de ser mãe solteira não impede o acesso à Eucaristia", declarou ele.
Segundo Fernández, o objetivo é responder à preocupação do bispo dominicano pelo comportamento de algumas meninas solteiras que "se abstêm da comunhão por medo do rigorismo de clérigos e líderes comunitários".
O cardeal explica que várias cartas de leigos recebidas pelo Santo Padre voltam ao mesmo tema, observando que, "em alguns países, tanto os sacerdotes como alguns leigos impedem efetivamente que as mães que tiveram filhos fora do casamento tenham acesso aos sacramentos e até mesmo batizem os seus filhos".
"Certamente, há situações difíceis que é necessário discernir e acompanhar pastoralmente. Pode acontecer que algumas destas mães, dada a fragilidade da sua situação, recorram por vezes à venda do seu corpo para sustentar a família. A comunidade cristã é chamada a fazer todo o possível para ajudá-los a evitar este risco gravíssimo, em vez de julgá-los com severidade", acrescenta.
Desta forma, ele alerta que "a comunidade eclesial deve também valorizar o fato de serem mulheres que acolheram e defenderam o dom da vida que carregavam no seio e que lutam, todos os dias, para criar os seus filhos".
Além disso, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé enfatizou que "os pastores que propõem aos fiéis o ideal pleno do Evangelho e da doutrina da Igreja devem ajuda-los também a adotar a lógica da compaixão para com as pessoas frágeis e a evitar perseguições ou julgamentos demasiado duros e impaciente".
Por fim, Fernández recordou as palavras de Jorge Bergoglio em sua mensagem ao Sínodo, no qual destacou "o rosto feminino e materno da Igreja e denunciou as atitudes machistas e ditatoriais daqueles ministros que exageram no seu serviço e maltratam o povo de Deus".
"Cabe a você garantir que tal comportamento não ocorra em sua Igreja local", concluiu Fernández em sua resposta ao bispo. (ANSA).
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