(ANSA) - A organização católica Liberdade Religiosa Nicarágua denunciou nesta quinta-feira (21) a prisão do bispo da diocese de Siuna, Isidoro del Carmen Mora Ortega, "por parte do regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo".
Em uma nota no Twitter, a comunidade diz que o governo "continua com sua constante perseguição contra a Igreja Católica da Nicarágua".
Segundo a denúncia, o sacerdote teria sido preso um dia após ter afirmado, durante uma missa, que a Conferência Episcopal da Nicarágua "segue unida em oração pelo bispo Rolando Álvarez", condenado pelas autoridades nicaraguenses a mais de 26 anos de cárcere por suposta "traição" em fevereiro passado.
A sentença foi dada depois que Álvarez se recusou a entrar em um avião que o teria deportado para os Estados Unidos, junto com outros 222 prisioneiros políticos.
Desde o início da repressão por parte do governo, há mais de cinco anos, milhares de associações, ONGs e partidos foram fechados, e centenas de pessoas foram presas.
As relações entre o país latino-americano e o Vaticano já foram suspensas após declarações do papa Francisco definindo o regime da Nicarágua como "opressivo" e "ditadura grosseira".
A Alta Comissária Adjunta para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Nada Al-Nashif, recentemente expressou preocupação pelas graves violações de direitos humanos e civis na república centro-americana que, segundo ela, "continua se afastando progressivamente do Estado de Direito".
Durante uma reunião do organismo em que apresentou uma atualização da situação do país, Al-Nashif denunciou que o governo de Daniel Ortega continua perseguindo líderes políticos e indígenas, integrantes da Igreja, ativistas e jornalistas.
"As restrições ao espaço cívico continuam, com repetidos casos de detenção arbitrária contra os que exercitam suas liberdades fundamentais", afirmou. (ANSA).