Vaticano

Papa pede para jovens não se esconderem atrás de telas

Francisco fez apelo em encontro com representantes de associação

Francisco se reuniu com jovens de associação

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (12) para os jovens não se esconderem atrás das telas de seus celulares e lançou um convite para todos colocarem "a mão na massa", tendo em vista que diante deles existe "uma vida para gastar, não para preservar".

A declaração foi dada a participantes do encontro da Associação Jovem Profissional Toniolo, na Sala Clementina, no Vaticano, em seu primeiro compromisso do dia antes de anunciar que está novamente com bronquite.

"Fico preocupado quando ouço falar de jovens escondidos dentro de uma tela, com os olhos refletindo luzes artificiais em vez de deixarem brilhar a criatividade", alertou o Pontífice, lembrando que "ser jovem não é pensar em ter o mundo nas mãos, mas sim sujar as mãos pelo mundo".

Francisco destacou principalmente os jovens que atualmente parecem "espremidos, forçados cada vez mais "a um desempenho mais exigente", ou "apáticos e anestesiados" em vez de comprometidos "com um livro ou com um irmão necessitado".

"É triste ver jovens apáticos e anestesiados, deitados em sofás em vez de trabalharem nas escolas e nas ruas, curvados sobre a própria tela e não sobre um livro ou sobre um irmão necessitado. Jovens profissionais por fora e sem vida por dentro, que, pressionados pelo dever, se refugiam na busca do prazer", lamentou.

O argentino afirmou ainda que "todos nós precisamos da criatividade e do impulso que somente os jovens podem nos dar: a sua sede de verdade, o seu grito de paz, a sua intuição sobre o futuro, os seus sorrisos esperançosos".

Durante o encontro, Jorge Bergoglio também disse que a presença dos jovens traz um "vento de ar fresco, a capacidade de sonhar, a vontade de olhar para o futuro", em oposição ao "pensamento curto" hoje difundido que olha apenas para "os interesses imediatos e limitados".

"Não tenham medo de correr riscos. Por favor, corra riscos. Se você não correr riscos, quem o fará?, questionou.

Para o religioso, o impulso é olhar para a criação que nos impele a "ser por nossa vez criadores de harmonia e de beleza, a romper com a dependência virtual", a dar algo de belo aos outros.

"Uma pesquisa que te emociona, uma oração feita de coração, uma investigação que te emociona, uma página que você doa para outras pessoas, um sonho a ser realizado, um gesto de amor por quem não consegue retribuir. Isso é criar, isso é assimilando o estilo com que Deus fez o mundo, o estilo da gratuidade, que nos afasta da lógica do 'faço para ter' e do 'trabalho para ganhar'.

Criativo para abrir vislumbres de inovação num mundo que está satisfeito com lucros. Assim vocês serão revolucionários", concluiu. (ANSA).
   

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