Vaticano

Papa agradece jornalistas por 'respeito' ao noticiarem escândalos da Igreja

Francisco teve audiência privada com vaticanistas

Papa se reuniu com vaticanistas em audiência privada

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco agradeceu nesta segunda-feira (22) todos os jornalistas especializados em Vaticano pela "delicadeza" e "respeito" com que abordam os "escândalos da Igreja" Católica em suas publicações.

A declaração foi dada durante audiência privada na Sala Clementina com membros da Associação Internacional de Jornalistas credenciados junto ao Vaticano.

"Muitas vezes vocês tem delicadeza ao falar de escândalos na Igreja: há algumas e muitas vezes que vi em você uma grande delicadeza, um respeito, um silêncio quase, digo, 'vergonhoso'", declarou ele, fazendo referência à modéstia no tratamento deste tipo de notícia. "Obrigado por esta atitude".

O religioso expressou ser agradecido pelo esforço "para manter esse olhar que sabe ver por trás das aparências, que sabe captar a substância, que não quer se curvar à superficialidade dos estereótipos e das fórmulas pré-embaladas da informação-entretenimento".

Francisco também demonstrou sua gratidão aos jornalistas "não apenas pelo que escrevem e transmitem, mas também por sua perseverança e paciência em acompanhar todos os dias as notícias que chegam da Santa Sé e da Igreja, relatando uma instituição que transcende o 'aqui e agora' e nossas próprias vidas".

"Obrigado também por seus sacrifícios em seguir o Papa pelo mundo e por trabalhar com frequência, mesmo aos domingos e feriados. Peço-lhes desculpas pelas vezes em que as notícias que me dizem respeito, de diferentes maneiras, os afastaram de suas famílias, de brincar com seus filhos, e também tiraram a vocês o tempo de passar com seus maridos ou esposas", enfatizou.

O Papa afirmou ainda que seu encontro com os profissionais de imprensa, como jornalistas, fotógrafos, operadores de câmeras e produtores, "é uma oportunidade para refletir sobre o árduo trabalho de um vaticanista ao contar o caminho da Igreja, ao construir pontes de conhecimento e comunicação em vez de divisão e desconfiança".

O argentino destacou que a profissão de jornalista é "uma vocação" como a de médico, que escolhe amar a humanidade curando suas doenças. "De certa forma, o mesmo acontece com o jornalista, que escolhe tocar as feridas da sociedade e do mundo".

"A vossa tarefa é muito importante. Quanta necessidade há de, por um lado, saber e contar e quanta necessidade há, por outro lado, de cultivar um amor incondicional pela verdade", acrescentou.

Jorge Bergoglio alertou também que o vaticanista deve " resistir à vocação nativa da comunicação de massa de manipular a imagem da Igreja, como e mais do que qualquer outra imagem da humanidade associada".

"De fato, a mídia tende a deformar a notícia religiosa. Ela a deforma tanto com o registro alto ou ideológico quanto com o registro baixo ou espetacular. O efeito geral é uma deformação dupla da imagem da Igreja: o primeiro registro tende a forçá-la a uma espécie política, o segundo tende a relegá-la a notícias leves", afirmou.

Para ele, "a beleza do vosso trabalho em volta de Pedro é fundá-lo sobre a sólida rocha da responsabilidade na verdade, não sobre as frágeis areias da bisbilhotice e das leituras ideológicas".

Por fim, o Santo Padre destacou a necessidade de "não esconder a realidade e também as suas misérias, sem adoçar as tensões, mas ao mesmo tempo sem fazer alaridos inúteis, esforçando-se por captar o essencial, à luz da natureza da Igreja". (ANSA).
   

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