Vaticano

Papa rebate críticas a bênção a casais LGBT: 'Cristo chama todos'

Francisco deu entrevista exclusiva ao jornal italiano 'La Stampa'

Papa Francisco deu entrevista ao jornal La Stampa

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco rebateu nesta segunda-feira (29) as críticas recebidas após decidir permitir bênçãos a casais homossexuais e enfatizou que "Cristo chama todos para dentro".

"O Evangelho é para santificar a todos. Claro, desde que exista boa vontade. E é necessário dar instruções precisas sobre a vida cristã. Mas pecadores somos todos: por que então fazer uma lista de pecadores que podem entrar na Igreja e uma lista de pecadores que podem estar na Igreja? Este não é o Evangelho", afirmou ele em entrevista exclusiva ao jornal italiano "La Stampa".

A autorização foi dada por Jorge Bergoglio através da declaração "Fiducia Supplicans", emitida no dia 18 de dezembro, que permite bênçãos a casais homossexuais ou em situação de união estável, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.

A medida provocou um debate generalizado na Igreja Católica, com os bispos africanos demonstrando forte resistência. No entanto, para o argentino, com exceção da população do continente, que é um "caso especial", os críticos de sua decisão acabariam entendendo seu posicionamento.

"Aqueles que protestam veementemente pertencem a pequenos grupos ideológicos. Um caso especial são os africanos: para eles, a homossexualidade é algo 'ruim' do ponto de vista cultural, eles não a toleram", explicou o argentino.

"Mas, em geral, confio que gradualmente todos serão tranquilizados pelo espírito da declaração 'Fiducia Supplicans' do Dicastério para a Doutrina da Fé: ela visa incluir, não dividir", acrescentou.

Por fim, o religioso disse não temer uma divisão, porque "sempre houve pequenos grupos na Igreja que expressaram reflexões cismáticas e devemos deixá-los fazer o que querem e passar e olhar para frente".

Renúncia e viagens

Na entrevista, o Papa disse que não se incomoda com os rumores de uma possível renúncia devido ao seu estado de saúde, porque "é uma possibilidade para todo Pontífice", mas não pensa nisso agora.

"Se e quando eu não aguentar mais, eventualmente começarei a pensar sobre isso. E a orar sobre isso".

Já em relação a futuras viagens, ele citou que estão programadas passagens por Bélgica, Timor Leste, Papua-Nova Guiné e Indonésia.

Além disso, falou sobre a "hipótese" de visitar a Argentina, confirmando que se encontrará com o novo presidente de seu país-natal, Javier Milei, logo após a canonização da santa argentina "Mama Antula", prevista para 11 de fevereiro. (ANSA).
   

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