(ANSA) - O papa Francisco recebeu o presidente da Argentina, Javier Milei, para uma longa audiência nesta segunda-feira (12), após ter sido chamado de "representante do maligno" durante a campanha eleitoral no país sul-americano.
A conversa privada entre os dois líderes ocorreu na Biblioteca do Palácio Apostólico e durou uma hora, tempo incomum para reuniões papais, ainda mais se considerando que Milei e Francisco não precisaram de tradutores.
Após o encontro e a apresentação da delegação argentina, houve a tradicional troca de presentes. O Papa deu ao presidente um medalhão de bronze inspirado no Baldaquino, monumento situado sobre o altar da Basílica de São Pedro, e documentos oficiais de seu pontificado.
Já Milei levou a Jorge Bergoglio alfajores e biscoitos de limão, além de um quadro comemorativo de Mama Antula, primeira santa argentina e canonizada por Francisco no último domingo (11), e uma cópia do documento no qual o governo do país sul-americano destacava o diplomata Juan Bautista Alberdi como representante na Europa, em maio de 1854.
Antes da reunião, Milei ainda quebrou o protocolo ao descer do carro diante da embaixada argentina na Santa Sé para fazer selfies com compatriotas.
A delegação do presidente inclui os ministros Diana Mondino (Relações Exteriores), Guillermo Francos (Interior) e Sandra Pettovello (Capital Humano), a secretária-geral da Casa Rosada, Karina Milei, também sua irmã, o secretário de Culto, Francisco Sánchez, e o rabino Axel Wahnish, novo embaixador em Israel.
A reunião desta segunda marca uma tentativa de aproximação entre o Papa e o presidente, que durante a campanha eleitoral acusou o pontífice de representar o maligno e de simpatizar com o comunismo.
Após a posse, no entanto, Milei amenizou o tom e já convidou Francisco para visitar a Argentina, algo que ele nunca fez enquanto pontífice. No domingo, durante a missa de canonização de Mama Antula, os dois já tiveram um breve e descontraído diálogo no Vaticano.
"Você cortou o cabelo?", brincou o Papa na ocasião. "Eu me arrumei", respondeu Milei, que também se encontrará em Roma com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com a premiê Giorgia Meloni. (ANSA)
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