(ANSA) - O papa Francisco oficializou nesta quinta-feira (21) a demissão do estado clerical do bispo belga Roger Vangheluwe, de 87 anos, que admitiu ter abusado sexualmente de dois sobrinhos menores de idade, já como sacerdote da Igreja Católica.
A laicização foi anunciada pela Nunciatura em Bruxelas. Vangheluwe renunciou ao comando da Diocese de Bruges em 2010, mas mantinha o título de bispo emérito.
A prescrição dos crimes na Bélgica impediu que o agora ex-religioso fosse processado pelos crimes na Justiça.
Segundo o comunicado da Nunciatura, nos últimos meses surgiram "novos elementos graves" sobre o caso do ex-prelado, "que foram reportados ao Dicastério para a Doutrina da Fé, exigindo uma revisão do caso".
Vangheluwe foi notificado da decisão na quarta-feira (20): “Tomando conhecimento da decisão, pediu para poder residir em um lugar de recolhimento, sem mais contato com o mundo exterior, a fim de se dedicar à oração e à penitência”.
No mesmo comunicado, o Papa “reitera sua proximidade às vítimas de abuso e seu compromisso em erradicar esse flagelo da Igreja".
Roger Vangheluwe foi nomeado bispo de Bruges em 1984 pelo papa João Paulo II.
Em 2010, o papa Bento XVI aceitou sua renúncia após a admissão de ter abusado sexualmente de seu sobrinho ao longo de 13 anos, quando ele tinha entre cinco e 18 anos de idade.
Em 2011, em uma entrevista, ele admitiu ter abusado de outro sobrinho e afirmou não se considerar um pedófilo.
Este é o primeiro caso de renúncia episcopal na Bélgica por abuso sexual de menores.
Após a renúncia, como emérito, ele já havia sido afastado do país e foi determinado pela Igreja que ele passasse por tratamento espiritual e psicológico.
(ANSA).