Vaticano

Papa usa imunidade contra pedido de indenização na Austrália

Vítimas de pedofilia cobram ressarcimento por abusos de padre

Papa Francisco durante encontro com funcionários da Cruz Vermelha, no Vaticano

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco reivindicou a imunidade legal enquanto chefe de Estado para rejeitar um pedido de indenização apresentado na Austrália por dois homens aborígenes abusados sexualmente pelo padre Michael Glennon (1944-2014) quando eram crianças, na década de 1980.

A notícia foi divulgada pelo jornal Sydney Morning Herald, a partir de documentos protocolados na Suprema Corte do estado de Victoria por advogados representando o pontífice.

Os denunciantes responsabilizam o arcebispo de Melbourne, Peter Comensoli, e o próprio Francisco por supostas omissões de seus antecessores, que teriam permitido que Glennon continuasse abusando de crianças durante anos, mesmo com a Igreja na Austrália e o Vaticano sabendo que o padre era pedófilo.

Em resposta, os advogados do Papa contestaram a competência do tribunal, alegando que, enquanto soberano da Cidade do Vaticano, o pontífice é um chefe de Estado e está imune a processos na Justiça australiana.

Essa tese já foi usada pela Igreja Católica com sucesso nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda é inédita na Austrália.

Por sua vez, a advogada das vítimas, Angela Sdrinis, afirmou que Francisco tem de responder pela suposta inação de João Paulo II, papa na época dos crimes.

"Estamos vendo o recurso a uma defesa legal técnica para evitar uma responsabilidade direta por crimes de padres pedófilos", disse. (ANSA)

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