Vaticano

Israel acusa evento no Vaticano de antissemitismo

Discurso de vencedora do Nobel pode causar incidente diplomático

Tawakkol Karman venceu Nobel da Paz em 2011

Redazione Ansa

Declarações da ativista iemenita Tawakkol Karman, vencedora do Nobel da Paz em 2011, podem abrir um incidente diplomático entre Israel e a Santa Sé. A também política e jornalista fez um discurso no Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, realizado entre a última sexta-feira e o último sábado (10 e 11) no com.br/brasil/noticias/vaticano/2024/05/13/whoopi-goldberg-oferece-papel-para-papa-em-novo-filme_5900875d-2be0-49e4-8a0c-b701bc0f08bc.html">Vaticano, e foi acusada de antissemitismo.
    A embaixada israelense no Vaticano se declarou "indignada e abalada" após ter sido informada de que na noite de sábado, no encerramento do evento na Basílica de São Pedro, o local foi "contaminado por um flagrante discurso antissemita" e foi permitido que "se desse um discurso de propaganda cheio de mentiras".
    Em sua fala, Karman afirmou que está ocorrendo "limpeza étnica" e "genocídio" na Faixa de Gaza por parte de Israel: "É preciso levar os Estados Unidos de volta à parte certa da história e impedi-los de vender armas a regimes ou ocupações que matam mulheres e crianças. Não deveriam estabelecer alianças com ditadores ou culpados de ocupações".
    A representação diplomática israelense disse ainda, em nota, que "falar em limpeza étnica em Gaza enquanto Israel permite cotidianamente que grandes quantidades de ajudas humanitárias entrem em Gaza é 'orwelliano'". A palavra, em referência ao escritor britânico conhecido pelo pseudônimo George Orwell, faz referência a propaganda e desinformação.
    "Lamentamos, ainda, que um discurso como esse tenha sido pronunciado sem que ninguém sentisse o dever moral de intervir para interromper essa vergonha. Esse episódio é o enésimo sinal do quanto o antissemitismo e o preconceito contra judeus estão ainda muito vivos", acrescentou Israel. O Vaticano não se manifestou.
    À ANSA, o embaixador israelense no Vaticano, Raphael Schutz, disse acreditar que o episódio influenciará as relações bilaterais: "A vergonhosa declaração não foi feita pelo Vaticano. Mas espero que o Vaticano faça um esforço para evitar que suas boas intenções e sua hospitalidade não sejam abusadas por outros, como ocorreu nesse caso". (ANSA).
   

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