A partir deste sábado (25), o papa Francisco vai comandar a primeira edição da "Jornada Mundial das Crianças" (JMC), com o objetivo de promover "dois dias de pureza" pela paz perante milhares de menores e peregrinos de todo o mundo, incluindo do Brasil.
Uma comitiva mobilizada pela Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA) com ao menos 15 fiéis brasileiros embarcou para a Itália na noite da última quinta-feira (23) para participar deste evento histórico, no qual os menores serão os protagonistas em momentos de convívio, oração e formação.
Em um grupo no WhatsApp, os chamados "vicentinos", representando seis famílias, trocam informações "com uma expectativa enorme" e se preparam para o que será "algo surpreendente", como definiu à ANSA Cida Peteck, coordenadora nacional da Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA), do Conselho Nacional do Brasil (CNB) da Sociedade de São Vicente de Paulo.
"Acredito que vamos sair de lá cheios de Jesus. Será um momento ímpar para nossas crianças terem a oportunidade de conhecer um lugar santo e participar da história da nossa igreja", afirmou ela.
Para Peteck, com certeza, as crianças "vão levar esse Jesus a todas as pessoas". Além disso, a expectativa é de que o evento religioso "desperte nas famílias e na sociedade o desejo que as crianças sejam acolhidas, protegidas, cuidadas, respeitadas e amadas".
"Uma grande parte de nossas crianças vivem hoje em famílias desestruturadas, sem valores e sem amor", lembrou ela.
Já Mario Lucas de Brito Junior , vice-presidente do CNB da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), acredita que realizar essa viagem "motiva nosso carisma e fortalece para que possamos caminhar pós-jornada".
"Nosso principal objetivo da SSVP é fazer com que todas essas crianças possam motivar outras a fazer parte de grande rede de caridade e que possam ser realmente as lideranças que todos nós sonhamos e precisamos", concluiu ele.
A iniciativa de dois dias, que reunirá crianças de mais de 100 países, será aberta no sábado (25), às 15h30 (horário local), no Estádio Olímpico, em Roma, com um encontro composto por música, esporte, reflexão e espiritualidade.
O Pontífice dará "o ponta pé inicial" com um jogo entre as crianças e jogadores internacionais liderados pelo ídolo italiano Gianluigi Buffon. Também haverá um desfile de mais de 100 delegações em trajes tradicionais, com apresentação de Carlo Conti.
O evento religioso ainda contará com uma série de shows, incluindo do cantor Al Bano, um momento no qual as crianças farão perguntas para o Papa; os testemunhos de Catherine Russell, diretora executiva do Unicef, e do diretor italiano Matteo Garrone, que será acompanhado do protagonista de seu último filme "Io Capitano", o senegalês Seydou Sarr.
O "Dia Mundial" dos menores será concluído no domingo (26), na Praça São Pedro, com uma missa presidida pelo líder da Igreja Católica e com o monólogo do ator italiano Roberto Benigni após a oração Regina Caeli.
Organizada pelo Dicastério para a Cultura e Educação do Vaticano, a iniciativa foi divulgada no território brasileiro pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que também pediu aos bispos do país para enviar representações das suas dioceses.
Além disso, as incentivou a fazerem eventos em seus territórios na mesma data que a JMC, em comunhão com Francisco, para as inúmeras crianças que não conseguirem ir à Itália.
Inúmeras cartas também foram enviadas ao Pontífice.
Em Roma, a CNBB será representada por dois integrantes do projeto sócio-cultural "Correndo atrás de um sonho": o menor Rodrigo Oliveira Gomes Franca Carvalho e sua mãe, Aliane Maria Oliveira de Jesus Carvalho.
Em entrevista à ANSA, o assessor do Setor Cultura da Comissão Episcopal para Cultura e Educação (CECE) da CNBB, padre Luciano da Silva Roberto, disse esperar que a "iniciativa da primeira JMC nos ajude a compreender que, assim como Jesus trouxe as crianças para o meio e as valorizou, que a Igreja e a sociedade valorize e proteja cada vez mais nossas crianças".
Para o religioso, é preciso apontar sempre para as crianças "os caminhos dos valores e das virtudes que nos conduzem ao Céu".
Desta forma, pediu que "os governantes invistam em políticas públicas para fomentar os projetos sócio-culturais para o desenvolvimento integral de cada criança".
"Que as crianças que sofrem em situações de guerras, fome, violências e as demais realidades de vulnerabilidade sejam socorridas e protegidas", apelou. (ANSA).
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