Vaticano

Rival do Papa é acusado de cisma e arrisca excomunhão

Carlo Maria Viganò chamou Francisco de 'usurpador'

Redazione Ansa

O arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, desafeto do br/brasil/noticias/vaticano/2024/06/20/papa-francisco-apela-para-mundo-enxergar-dramas-dos-refugiados_57f6af66-6ae6-44b0-a598-8efa5aff77f3.html" target="_blank" rel="noopener">papa Francisco e expoente do clero ultraconservador, foi convocado ao Vaticano para responder a uma acusação de cisma na Igreja Católica.
    Viganò foi intimado a comparecer no Dicastério para a Doutrina da Fé, herdeiro da antiga Santa Inquisição, em 28 de junho e arrisca até ser excomungado por ter renegado publicamente a legitimidade do Papa. O arcebispo, no entanto, emitiu um comunicado no qual afirma que não aceita a convocação.
    "Não tenho qualquer intenção de me submeter a uma farsa na qual aqueles que deveriam me julgar de forma imparcial para defender a ortodoxia católica são aqueles que eu acuso de heresia, traição e abuso de poder", diz a nota.
    Viganò ainda acrescenta que sente "orgulho" por ser acusado. "A Igreja de Bergoglio não é a Igreja Católica. Se é por essa Igreja que sou acusado de cisma, então é um motivo de honra", salienta.
    Já o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse que Viganò teve "posturas sobre as quais deve responder". "Eu lamento muito, sempre o apreciei como um trabalhador muito fiel à Santa Sé, mas não sei o que aconteceu", ressaltou.
    Recentemente, Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, acusou Francisco de ser um "usurpador" e "servo de Satanás" por causa da permissão para bênçãos a casais homoafetivos. Além disso, o arcebispo já foi repreendido pelo Vaticano por espalhar notícias falsas sobre a pandemia de Covid-19.
    Apelidado de "exterminador de papas", ele trabalhou mais de 10 anos na Cúria Romana e foi afastado da secretaria do Governatorato da cidade-Estado do Vaticano em 2011, após cultivar desavenças na Igreja. Também é um dos pivôs do escândalo "Vatileaks", que vazou documentos sigilosos do pontificado de Bento XVI e culminaria na renúncia de Joseph Ratzinger, em 2013.
    Em 2016, o arcebispo italiano foi removido por Francisco da Nunciatura Apostólica em Washington e forçado a se aposentar.
    Em seus anos nos EUA, Viganò estreitou laços com o clero ultraconservador americano, que, no entanto, se calou sobre a acusação de cisma. Por outro lado, o ator Jim Caviezel, que interpretou Jesus no filme "A paixão de Cristo", de Mel Gibson, pediu "orações" por Viganò, um "cruzado em defesa da verdade". (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it