(ANSA) - O br/brasil/noticias/vaticano/2024/08/19/vaticano-remove-arcebispo-no-paquistao-apos-denuncias-de-abuso_1792be8c-5b89-42ca-9252-338081fae38a.html">papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (23), em audiência privada, na Biblioteca do Palácio Apostólico, o ex-agricultor italiano Beniamino Zuncheddu, absolvido em janeiro passado após ter permanecido 33 anos preso pelo massacre de Sinnai em 1991.
A informação foi divulgada pelo Vatican News, que destaca que Zuncheddu foi detido aos 26 anos e hoje tem 60, mas não divulga mais detalhes sobre o encontro.
De acordo com a publicação, o ex-agricultor escreveu um livro com o seu advogado, intitulado "Eu sou inocente", no qual relata a trágica experiência que viveu por tanto tempo. Ele esteve em três prisões diferentes, às vezes compartilhando com 11 pessoas uma pequena cela, com grandes dificuldades até mesmo para se lavar e dormir.
Zuncheddu destaca que esta foi "uma experiência desumana, mas durante a qual pôde ajudar quem estava em pior situação do que a sua".
O ex-agricultor relata ainda que encontrou forças para resistir, confiando em Deus e pensando na família. Além disso, garante que perdoou quem o havia indicado como o autor dos múltiplos homicídios, retratando depois suas acusações.
O ataque nas montanhas de Sinnai, em Cagliari, aconteceu em janeiro de 1991. Na ocasião, um homem desceu de uma scooter e iniciou os disparos contra vários agricultores, tendo matado três pessoas e deixado um ferido. O ataque teria acontecido em função de uma rixa entre duas famílias.
Luigi Pinna, marido da filha de uma das vítimas, acusou Zuncheddu de ter sido o autor da chacina. Antes de afirmar que o ex-agricultor foi o responsável pelo ataque, a testemunha havia dito que não tinha reconhecido o agressor, já que ele usava uma meia para cobrir o rosto.
A defesa do réu sempre acreditou que Pinna havia sido influenciado durante a investigação preliminar por um policial chamado Mario Uda. Essa versão foi confirmada recentemente pela própria testemunha. (ANSA).
Papa recebe italiano inocentado após ficar 33 anos preso
Ex-agricultor cumpria pena perpétua por chacina que não cometeu