Durante oração do Angelus, na Praça São Pedro, o Pontífice afirmou que "nenhuma Igreja Cristã deve ser abolida" e destacou que teme pela liberdade dos que rezam, ao pensar "nas leis aprovadas recentemente na Ucrânia".
"Deixemos que aqueles que querem rezar, rezem naquela que consideram ser a sua Igreja. Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida, direta ou indiretamente. Nas Igrejas não se toca", declarou ele.
O alvo da decisão do governo de Volodymyr Zelensky é a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), que era ligada ao Patriarcado de Moscou, cujo líder, Cirilo, demonstrou em diversas ocasiões apoio à invasão promovida pela Rússia desde fevereiro de 2022.
Durante a guerra, as lideranças da Igreja Ortodoxa Ucraniana romperam com o Patriarcado de Moscou, mas o governo Zelensky suspeita que membros da religião ainda colaborem com o Kremlin.
A UOC convivia simultaneamente com a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), que teve a autocefalia concedida pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, guia espiritual dos ortodoxos, em 2019, e passou a ser independente do Patriarcado de Moscou.
"Ninguém comete o mal porque reza. Se alguém comete um mal contra seu povo, ele será culpado por isso, mas ele não pode ter cometido o mal porque rezou", acrescentou.
Por fim, o argentino disse que continua "acompanhando com tristeza os combates na Ucrânia e na Federação Russa" e apelou novamente "pelo fim de tantas outras guerras".
"Na Palestina, em Israel, Myanmar e outras regiões, as pessoas pedem a paz. Rezemos para que o Senhor nos dê a todos a paz", concluiu. (ANSA).
Ucrânia rebate Papa por fala sobre Igreja Ortodoxa Russa
O embaixador da Ucrânia junto à Santa Sé, Andrii Yurash, declarou neste domingo (25) que as palavras do papa Francisco sobre a lei ucraniana que veta um braço da Igreja Ortodoxa Russa no país “não refletem a realidade”.
“A lei não é contra aqueles que rezam sinceramente, mas limita as atividades daqueles que apoiam o mundo russo, a guerra e o assassinato de pessoas inocentes, portanto, está relacionado com a verdadeira tradição da Igreja, livre das distorções do cristianismo de Cirilo e Putin”, escreveu o diplomata na rede social X. (ANSA)
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