(ANSA) - Por Michele Galvan - Desta vez não é um anúncio: os turistas que desejarem chegar a Veneza sem surpresas terão que pagar um 'ingresso' a partir da primavera de 2024.
E terão também que fazer um registro em uma plataforma online específica que servirá como reserva de viagem, se for apenas para um dia de visita rápida.
Os hóspedes que pernoitarem em hotéis, é claro, estarão isentos - pois já estarão registrados e terão pago a taxa de turismo no hotel.
Essa norma foi prevista na lei de orçamento de 2019, que autorizou a Prefeitura a implementá-la.
A ideia da taxa de acesso foi inspirada nas "taxas de desembarque" aplicadas em algumas ilhas menores italianas.
A fase experimental pode começar em abril-maio de 2024, visando os feriados prolongados da primavera e os fins de semana de verão, cerca de trinta dias de grande fluxo turístico.
É claro que também serão excluídas, juntamente com os venezianos, as categorias de trabalhadores, estudantes, profissionais que trabalham em Veneza, que precisam cruzar diariamente a Ponte da Liberdade.
Estarão também isentos do pagamento, mas não da reserva no portal, também todos os residentes na região do Vêneto.
A reserva, garantem as autoridades, será totalmente digital e simples.
Nas próximas semanas, a Prefeitura apresentará o portal onde as reservas serão feitas e o pagamento será efetuado.
O processo de registro gerará um código QR, que será o passe de visita, e deverá ser apresentado durante as verificações.
Aqueles que forem encontrados sem o código QR poderão enfrentar multas salgadas, a partir de 50 euros.
O objetivo, em essência, é criar um impedimento para os fluxos indiscriminados de turistas que inundam Veneza no mês de agosto e no Ano Novo, mesmo sabendo que encontrarão a cidade já lotada de pessoas.
A aprovação final da resolução da Câmara Municipal que estabeleceu o regulamento - pronto no ano passado, mas retirado da pauta das comissões para ajustes - foi dada nesta terça-feira (12) com 24 votos a favor, 12 contra e nenhum abstenção.
Uma sessão acalorada que durou mais de cinco horas, durante a qual houve protestos e expressões de discordância, tanto por parte dos cidadãos, com alguns comitês criticando severamente o prefeito, quanto por parte dos partidos da oposição.
O bilhete, pelo menos na primeira fase, segundo os cálculos da Prefeitura, não deverá gerar lucro para os cofres municipais.
Pelo contrário, a receita pode ser inferior às despesas.
Um dos pontos contestados pelos opositores ao bilhete é que a medida não estabelece nenhum limite de acesso à cidade.
Nos próximos dias, veremos se essa medida convencerá os líderes da Unesco, reunidos em Riad, a evitar a nomeação de Veneza na lista de patrimônios mundiais em perigo. (ANSA).