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Brasileira percorrerá caminhos de avô na 2ª GM em visita à Itália

Thaisa Bestetti relatou à ANSA plano de viagem de raízes em 2024

Thaisa Bestetti passará por diversas cidades (Foto: Reprodução/ANSA)

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Cinzia Conti - Uma história que abraça três séculos, dois continentes e muitos sentimentos diferentes, da nostalgia ao amor, do apego à pátria à curiosidade. Uma história que afunda suas raízes na Itália e estende seus ramos até o Brasil.

Quem a conta nesta quarta-feira (20), à ANSA, faltando pouquíssimos dias para 2024, ano das raízes italianas no mundo, é Thaisa Bestetti, brasileira de 43 anos de idade, descendente de italianos, que a partir de 3 de janeiro voltará à Itália.

Será um emocionante passeio pela memória, nos passos do avô Arlindo, chegando a Gênova no dia 12 de janeiro, sexta-feira, às 11h30 (horário local), no Museu Nacional da Emigração Italiana (MEI).

"Cresci desde sempre com a história da emigração da minha família ao Brasil e sempre me interessei pelo assunto. Sempre curiosa, durante um período que passei na Espanha, decidi buscar a família italiana com quem tinha perdido o contato", explica.

Os bisavós de Thaisa eram da Lombardia e chegaram ao país sul-americano buscando fortuna em 1891, depois de uma longa e difícil travessia. Estavam em dois navios diferentes, que zarparam com uma semana de diferença um do outro.

O Brasil os acolheu e fez com que se conhecessem e se apaixonassem, tornando-se o berço da nova família. Mas eles não esqueceram a Itália, ainda mais quando, durante a Segunda Guerra Mundial, seu filho, Arlindo, tenente do Exército brasileiro, foi enviado com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para libertar a Itália do fascismo com o exército aliado.

Ao fim do conflito, decidiu procurar a família de seu pai, escrevendo um diário de guerra do qual foi posteriormente feito um livro/lembrança para a família, e mandando vários cartões postais que descreviam a história da Itália naqueles anos.

Agora a neta Thaisa, nascida em Jundiaí, no estado de São Paulo, uma cidade com mais de 75% da população descendente de imigrantes italianos e que trabalha no mundo do esporte em uma agência de marketing com a Fundação Real Madrid, refaz aquele caminho.

"É o primeiro evento que o Museu Nacional da Emigração Italiana realizará no ano do turismo de raízes. Uma viagem emocionante que, mais do que outras, retrata uma humanidade que transcende as fronteiras do espaço-tempo, trazendo à luz um aspecto pouco conhecido da guerra de libertação, através de uma documentação única", anunciou Paolo Masini, presidente da Fundação MEI.

"Estamos felizes de inaugurar esse importante ano com Thaisa e a história de sua família. Será uma nova peça importante da grande narrativa popular e coletiva da Itália migrante que nós, como MEI, estamos construindo", acrescentou.

O tour de Thaisa passará por múltiplas localidades italianas, entre as quais Pisa, Riola, Bolonha, Sassuolo, Reggio Emilia, Parma, Borgonovo Val Tidone, Alessandria, Rapallo e Gênova.

Nessas cidades, ela encontrará os descendentes dos que hospedaram Arlindo nos anos da guerra e entregará aos prefeitos cópias dos cartões postais enviados pelo avô naqueles anos.

Além do MEI de Gênova, onde no dia 12 de janeiro se concluirá a viagem com um encontro com a imprensa, colaboraram na realização do projeto que também cai no 150º aniversário da emigração italiana ao Brasil: Romina Deprati e Andrea Pedemonte, pesquisadores do MEI; a União Nacional do Pro Loco da Itália (Unpli); consultorias de emigração, como Migrer; a Associação de Amizade Itália-Brasil, Anci Regionali, e a sociedade I progetti del cuore.

Segundo o último estúdio da Confederação Geral Italiana das Empresas, das Atividades Profissionais e do Trabalho Autônomo (Confcommercio), o turismo das raízes, em que estão trabalhando tanto o Ministério das Relações Exteriores quanto o Ministério do Turismo, representa uma demanda potencial de dimensões surpreendentes: desde os pouco mais de seis milhões de cidadãos italianos no exterior, chegando a 80 milhões acrescentando os descendentes de italianos. Números que fazem da Itália um caso muito único no mundo. (ANSA).
   

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