Noticias

Serra Gaúcha se inspira na Itália para promover agroturismo

Envase Brasil, em Bento Gonçalves, receberá Fausto Faggioli

Próxima edição da feira Envase Brasil ocorrerá em Bento Gonçalves

Redazione Ansa

(ANSA) - Reforçar o turismo de experiências e valorizar produtos típicos. Esses são os objetivos do agroturismo, cultura italiana que encontra na Serra Gaúcha o ambiente ideal para se desenvolver e que foi apresentada na feira Envase Brasil, em Bento Gonçalves, entre 23 e 25 de abril, por Fausto Faggioli, referência para o setor na Itália.

O especialista fez uma palestra no primeiro dia da feira, dentro do Meeting Wine, encontro com especialistas do mundo do vinho, na presença do Cônsul-Geral italiano em Porto Alegre, Valerio Caruso.

Segundo Faggioli, o agroturismo é praticado por 26 mil estabelecimentos na Itália e injeta quase 2 bilhões de euros (R$ 10,83 bilhões) na economia nacional, atraindo 4 milhões de viajantes por ano.

"O principal benefício do agroturismo, ao encurtar a cadeia produtiva e produzir localmente, é a capacidade de se relacionar diretamente com o mercado, portanto o valor das produções e serviços oferecidos é ajustado às necessidades econômicas da empresa", destaca o palestrante, que define essa tendência como uma forma promover o território e hospedar o consumidor final para agregar valor a produtos locais por meio de experiências.

De acordo com Faggioli, o agroturismo é uma atividade que surgiu para ajudar a complementar a renda dos agricultores, porém vai além disso. "Ele promove a interação social com os turistas, que nesse ambiente informal se sentem bem, cercados pela natureza e seus ritmos, valorizando a cultura rural e os produtos típicos", reforça.

E cidades como Bento Gonçalves, principal destino enoturístico brasileiro e repleta de cenários naturais, com 1,7 milhão de visitantes por ano, se tornam o lugar ideal para a promoção do turismo agrícola.

O município está inserido em um novo roteiro centrado na espiritualidade: a Rota dos Capitéis, desenvolvida para explorar os pequenos templos construídos por famílias de imigrantes e seus descendentes às margens de estradas no interior, em meio a colinas e parreirais a perder de vista.

O caminho envolve 10 cidades da Serra Gaúcha e terá mais de 800 quilômetros, uma espécie de Santiago de Compostela à brasileira e podendo ser explorado por meio de diversos microrroteiros.

Para Faggioli, o turismo em áreas rurais representa um segmento em crescimento com interessantes oportunidades de desenvolvimento, tendo em vista que os viajantes buscam cada vez mais um contato direto com a natureza.

"As oportunidades são derivadas da capacidade de responder a algumas das tendências emergentes na demanda turística, que favorecem formas de experiência menos massificadas e mais atentas aos valores da natureza, cultura, enogastronomia e vida rural em geral.

O mercado turístico deseja descobrir as autenticidades de um local através do mundo rural e seus produtos", diz. Autor de vários livros de marketing e comunicação sobre desenvolvimento rural e colaborador de universidades, administrações públicas, entre outros órgãos europeus, o palestrante afirma, no entanto, que o agroturismo exige vocação para a hospitalidade e paixão pela terra e pelas tradições rurais.

"Hoje, as pessoas podem esquecer o que dissemos, podem até esquecer o que fizemos, mas as pessoas nunca esquecerão como as fizemos sentir. É por isso que o agroturismo não é apenas o que você me oferece, mas sim como você me faz sentir", ensina.  (ANSA).

Leggi l'articolo completo su ANSA.it