(ANSA) - por Patrizia Antonini - No aniversário de 50 anos do golpe militar no Chile, a comercialização de garrafas de vinho que homenageiam o general Augusto Pinochet e a ditadura causou indignação e polêmica no país.
As bebidas da Carmenere Gran Riserva são vendidas nas redes sociais em embalagens de seis unidades e custam por volta de 50 euros (R$ 264).
A comissão de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados enviou uma carta para a ministra da Defesa, Maya Fernández, que é neta do ex-presidente Salvador Allende, pedindo providências diante desse ato "inadmissível", que "compactua com o golpe militar" e que exibe, de forma abusiva, os símbolos da ditadura.
O caso também despertou a indignação de diversas organizações de direitos humanos.
Um dos idealizadores do projeto, o advogado José Luis Leon, tentou minimizar a situação ao mencionar que foi "uma iniciativa entre um grupo de amigos que saiu do controle".
Os rótulos incluem, entre outras, imagens dos quatro membros da Junta Militar e as frases "Libertação Nacional" e "1973-2023", bem como frases de Pinochet.
A iniciativa não é inédita no país. Por ocasião da prisão de Pinochet em Londres, em 1998, o empresário Eduardo Arevalo comercializava vinhos que faziam apologia da figura do ditador, sob o nome de "Don Augusto".
Mais recentemente, o empresário havia sido processado pelo filho mais velho do ex-ditador, Augusto Pinochet Hirst, por tentar patentear a marca "Augusto Pinochet" para exportação de vinhos para os Estados Unidos. (ANSA).