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Brasileiras vão disputar Mundial de Confeitaria na Itália

Música nacional será tema do bolo apresentado em Milão

Adriana e Lilian são do estado do Rio (Foto: arquivo pessoal)

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Nadedja Calado - Quatro anos atrás, as confeiteiras brasileiras Adriana Milane e Lilian Martinelli desembarcaram em Milão, na Itália, para assistir o Campeonato Mundial de Cake Designers, onde tinham amigas competindo.

Lá, Adriana descobriu um novo propósito na profissão: "Me encantei ainda mais pelo mundo da confeitaria. Naquele momento, senti que poderia ir muito além no universo dos bolos".

Lilian também sonhou: "Quando me vi naquele universo, pensei: 'um dia estarei aqui competindo também'".

Agora, em 2023, chegou a vez delas de representar o Brasil na competição bienal, a mais prestigiada do setor, e contaram à ANSA sobre a missão.

Entre 16 e 17 de outubro, o evento organizado pela International Federation of Pastry Ice Cream Chocolate (Fipgc) receberá confeiteiros do mundo todo, cada um em busca de levar para casa um troféu - que representa um fouet dourado com um globo terrestre -, e um doce prêmio de 2500 euros (R$ 13 mil).

Para participar é preciso ser associado da Fipgc e, assim, Adriana, que é de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu seu tão esperado convite: "Para se tornar um competidor, é necessário possuir uma sólida experiência como cake designer". Logo em seguida, convidou a amiga Lilian, que é da capital fluminense, para completar seu time.

A dupla será responsável por mostrar o som e o sabor do Brasil, já que o tema deste ano é "A música do seu país". "A ideia é fazer uma cronologia dos primórdios até o funk, passando pelo samba, bossa nova, e por aí vai", adianta Lilian.

Adriana detalhou: "Estamos imersos em um projeto que explora nossas raízes, destacando a influência europeia na música brasileira, em especial a contribuição de Portugal. Além disso, a influência da África em nossa cultura, manifestada nos ritmos e músicas como o samba".

"Fizemos uma homenagem à música 'Garota de Ipanema' e demos destaque ao nosso funk carioca, que já conquistou o mundo. Todos esses elementos serão representados em um bolo deslumbrante, com decorações em pasta de açúcar", complementou.

A fase atual é a de adiantar o máximo possível o trabalho, já que a competição permite que os confeiteiros levem parte da decoração pronta. Na prática, elas vão apresentar um bolo falso e replicar as técnicas num verdadeiro.

"Vamos levar em algumas malas com um estrutura de proteção bem reforçada. As partes mais delicadas da decoração do bolo irão em nossas bagagens de mão e outras faremos quando chegarmos em Milão", contou Adriana.

Emoção e expectativa marcam essa fase de contagem regressiva até o embarque das duas profissionais, que trabalham com encomendas e dão aulas, e que descobriram a paixão pela confeitaria de forma bem parecida.

Lilian começou fazendo bolos e doces para as filhas: "Depois para a família, amigos, amigos dos amigos. O feedback positivo me encorajou a ter meu próprio negócio. Me formei em Cake Design e me especializei em pasta americana em vários cursos no Brasil e no exterior".

Adriana experimentava receitas na cozinha e a filha levava para vender na escola: "Quando comecei a receber ligações perguntando se era da 'fábrica' de cupcakes, fiquei surpresa, mas percebi que tinha um negócio. As clientes começaram a solicitar bolos maiores e decorados".

Para ambas, o importante é participar, mas a meta é vencer.

"Temos a expectativa de um bolo incrível, de sabor bem brasileiro, que impressione os jurados e esteja à altura dos demais competidores! Participar de uma competição desse nível após os 50 anos vai servir de incentivo para quem pensa que é tarde para seguir suas paixões", afirmou Lilian.

Adriana faz coro: "Já nos sentimos vitoriosas! Mostrar nosso trabalho numa plataforma internacional já é um prêmio, não só individual, toda a confeitaria brasileira ganha junto. Agora é trazer o troféu e o prêmio para o Brasil!". (ANSA).
   

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